“O Salazar Fica à Porta” — Exposição na EBI Professor Francisco Honrado Pereira celebra os 50 anos da Revolução dos Cravos
No átrio da entrada da EBI Professor Francisco Honrado Pereira, do Agrupamento de Escolas Professor Francisco Honrado Pereira, a exposição “O Salazar Fica à Porta”, concebida pelos alunos e professores das Atividades de Enriquecimento Curricular (AEC) no ano letivo de 2024-2025.
No ano em que terminam as celebrações dos 50 anos do 25 de Abril, os alunos do primeiro ciclo inscritos nas AEC evocam uma obra de António Dacosta, oficiosamente designada “Salazar”, como crítica ao crescimento do extremismo de direita em Portugal e como elogio à Revolução dos Cravos e ao seu cinquentenário.
A espátula, objeto comum das cozinhas portuguesas, surge aqui com um aspeto sujo e manchado, ao lado de recortes que evocam obras de Abel Manta, fotografias de Alfredo Cunha, títulos de jornais e imagens icónicas da Revolução de Abril.
Assim, a espátula — vulgo Salazar — transita entre significado e significante, objeto e representação, suscitando a ideia de uma utilização ambígua.
Vão ficar à porta desta escola estes Salazares manchados, com o desejo de que todos os Salazares, físicos ou pensados, fiquem para lá das portas de todas as escolas — na companhia de totalitarismos, posturas autoritárias, medos e cancelamentos — já que Abril trouxe a Portugal uma escola pública, laica, democrática, inclusiva, igualitária e aberta a todos.
Além da reflexão artística, os alunos prepararam também uma pequena explicação do que foi o 25 de Abril, escrita com as suas palavras e muita consciência histórica:
Era uma vez um tempo em que não se podia falar, não se podia escrever — um tempo em que todos os que falassem mal do país e do Estado eram presos e torturados pela PIDE.
Na madrugada de 24 para 25 de Abril, as Forças Armadas, comandadas pelos capitães, saíram dos quartéis rumo a Lisboa para fazer a revolução.
No dia 25, depois de ouvirem um poeta que cantava “o povo é quem mais ordena”, os soldados — sem tiros disparados, com cravos nos canos dos fuzis — fizeram a revolução. Enviaram ao exílio o Presidente do Conselho e, numa festa com o povo, Portugal conquistou a Liberdade depois de muitos anos de ditadura.
Parabéns aos alunos e professores envolvidos por esta exposição cheia de significado e atualidade. Venham visitar!
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